ICMBIO
|
|
|
Filhote
Centurion nasce no Catar e aumenta as chances de o Ministério atingir a
meta para reintroduzir a espécie, considerada extinta na natureza, na
caatinga baiana
Ascom/MMA com informações do ICMBIO. Edição: Sérgio Maggio
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) comemora o nascimento do
centésimo filhote de ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) em cativeiro.
Centurion foi gerado na sede da organização não-governamental (ONG) Al
Wabra Wildlife Preservation, no Catar. No dia 21 março, outra ave
nasceu. Desta vez, em Berlim. Marcus está sob os cuidados da ONG
Associação para a Conservação dos Papagaios Ameaçados (Association for
the Conservation of Threatened Parrots (ACTP).
Considerada extinta na natureza, desde o ano 2000, todos os
indivíduos da espécie encontram-se em cativeiros localizados no Brasil,
na Alemanha e no Catar, parceiros do MMA por meio do Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Cresce assim a possibilidade de atingir o objetivo para aumentar a
população em cativeiro a fim de que seja viável fazer a reintrodução na
natureza. "As restrições genéticas da espécie são um desafio. Nossos
parceiros têm superado os obstáculos, o que nos faz acreditar que
conseguiremos, em breve, retornar a espécie ao seu local de origem: a
caatinga baiana", comemorou Camile Lugarini, veterinária do Centro
Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave/ICMBio).
Com o nascimento de Centurion, o décimo do ano, a meta de crescimento
da população foi ultrapassada. "Para garantir um crescimento
sustentável da população, é necessário um aumento de 10% ao ano no
número de aves", explicou o diretor da Al Wabra, Cromwell Purchase.
"Alcançamos esse número pela primeira vez, em 2015. Estamos muito
animados. É um marco para o programa", apontou Purchase.
CRONOGRAMA MANTIDO
O nascimento da centésima ararinha-azul é mais um importante passo
para a recuperação da espécie e permite que o cronograma para a
reintrodução da espécie seja mantido. "As conquistas reforçam a
esperança de voltar a ver as aves voando livres, novamente", declarou em
nota a Al Wabra.
Para que a soltura das aves seja bem-sucedida, ainda é necessário
recuperar o habitat natural das ararinhas-azuis e fazer um trabalho de
educação ambiental com a população local. "A perda de habitat e o
tráfico levaram a ararinha-azul a desaparecer da natureza. Se as pessoas
não caçarem, não comprarem e denunciarem o tráfico de animais
silvestres, seguramente teremos um número menor de espécies em risco de
extinção no Brasil", destacou Marcelo Marcelino, diretor de Pesquisa,
Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio,.
PROJETO
Em 2011, foi lançado o Plano de Ação Nacional para a Conservação da
Ararinha-azul – PAN Ararinha-azul, coordenado pelo Centro Nacional de
Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres - CEMAVE, do ICMBio. Uma das
ações do PAN é o Programa de Cativeiro. Os animais são mapeados
geneticamente para a formação de casais que tenham maior probabilidade
de gerar filhotes saudáveis.
Além dos criadouros (Association for the Conservation of Threatened
Parrots (ACTP), na Alemanha; Al-Wabra Wildlife Preservation, no Catar;
Nest e Fundação Lymington, no Brasil), que trabalham para garantir a
reprodução da espécie em cativeiro, o projeto conta com a parceria da
Vale e de organizações da sociedade civil sem fins lucrativos, como o
Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e a Sociedade para a
Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil).