Gurijuba é o pescado favorito de muitos moradores de Vigia. (Foto: Igor Mota/ Jornal Amazônia)
A captura da gurijuba, espécie de pescado muito consumida pelos paraenses, está proibida. A medida começou a valer em junho de 2016 e atende a portaria 445 do Ministério do Meio Ambiente, que proíbe em todo o Brasil a pesca de 475 espécies ameaçadas de extinção.
Em Vigia, um dos maiores terminais pesqueiros do nordeste do Pará, o pescado já não está mais disponível no mercado.
"Disponível para a população tem sarda, piaba, cangatá, pratiqueira. A gurijuba não tem", conta o vendedor Valdeci da Silva.
O município, que sempre foi conhecido como a “terra da gurijuba”, vem sofrendo com o desaparecimento da espécie.
O peixeiro Genivaldo Lobo vende peixe há 30 anos diz que a gurijuba é o mais procurado pelos consumidores. "A gurijuba é a fonte da renda do pessoal aqui”, diz preocupado o peixeiro.
Além da gurijuba, também está proibida a pesca do aracu, matrichã, pirapitinga e pargo. A portaria, que chegou a ser suspensa, entrou novamente em vigor e não pode mais ser anulada.
De acordo com o Ibama, os pescadores que tiverem estoque de gurijuba e outros peixes que estejam na lista dos ameaçados de extinção, devem procurar o órgão para declarar a quantidade. Os que não fizerem isso correm o risco de ter a mercadoria apreendida e pagar multa.
"Esse prazo vai até o final de setembro e a partir daí o Ibama vai fazer as fiscalizações nos estoques, principalmente no que tange a indústria pesqueira”, afirma Leandro Aranha, do Ibama.
O pescador Fernando Nascimento, que trabalha com pesca há mais de 30 anos, concorda com a proibição, que deve proteger a espécie, mas cobra um estudo técnico na região, para não prejudicar os pescadores.
"Precisamos de imediato, com urgência, de um estudo técnico que venha estudar qual é a forma de nós ter essa condição de parar", pontua o pescador.
A dona de casa Nilda, que come gurijuba quase todo dia, diz vai ter que se acostumar com outras espécies. “A gente tem tantas opções. Vigia é uma cidade rica de peixe”, conta.
Postado por Carlos PAIM
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