sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O que é espécie ameaçada de extinção?

Uma espécie ameaçada de extinção é aquela cuja população está decrescendo a ponto de colocá-la em alto risco de desaparecimento na natureza em futuro próximo. No Brasil, existem 776 táxons de animais incluídos em alguma das três categorias de ameaça ou extinção adotadas pelo meio científico (Extinta, Extinta na Natureza, Criticamente em Perigo, Em Perigo e Vulnerável), dos quais 514 são vertebrados - o que corresponde a mais de 8% das espécies deste grupo descritas para o país.
No Pará, apesar das áreas de florestas ainda preservadas, já são 55 espécies da fauna e 16 da flora ameaçadas de extinção incluídas nas listas oficias federais. Não são tantos animais em perigo se comparados aos listados para o estado de São Paulo, que possui 214 espécies da fauna ameaçadas, seguindo-se o Rio de Janeiro (187), a Bahia (164) e as Minas Gerais (149); o Pará, no entanto, lidera o ranking de espécies em perigo entre os estados do norte e os do bioma Amazônia.
Desmatamento, destruição do hábitat e caça são três das maiores causas do desaparecimento das espécies da fauna e flora brasileiras: três vetores de extinção que o Pará ainda trabalha para controlar. Essa realidade demonstra a importância das ações de proteção desenvolvidas pelo Ibama no estado, como o combate ao desmatamento, as fiscalizações contra o tráfico e o cativeiro ilegal da fauna silvestre; além da urgência da adoção de medidas definitivas de conservação, como as de preservação dos hábitats das espécies em perigo em unidades de conservação e outras áreas protegidas.

Nelson Feitosa (Ascom - Ibama/PA)/Fontes: Analista ambiental Mauro Jackson (Difap - Ibama/PA) e "Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção" (Fundação Biodiversitas, 2005). 

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O que é espécie a

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015




  1. Arara-azul - IBGE | Teen

    teen.ibge.gov.br/biblioteca/livros-on-line/fauna-ameacada.../arara-azul

    fauna ameaçada de extinção ... A arara-azul-grande é o maior representante das quatro espécies de araras azuis tipicamente ... Esta notável espécie encontra no Pantanal Matogrossense seu ambiente de referência, onde de fato se destaca  ...
CLQUE N O TÍTULO ACIMA OU NO LINK ABAIXO:

http://teen.ibge.gov.br/biblioteca/livros-on-line/fauna-ameacada-de-extincao/arara-azul

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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Brasil luta para evitar extinção da onça-pintada

Ações do governo e de entidades de preservação buscam retirar o maior felino das Américas da lista das 627 espécies da fauna ameaçadas de extinção. Conscientização ambiental é um desafio para o trabalho
11 MAI201314h07
atualizado às 15h25
Na lista dos animais ameaçados de extinção, divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente, a onça-pintada se transformou em símbolo de ações de preservação. Considerado o maior felino do continente americano, a espécie se concentra principalmente no Brasil. O país busca trabalhar num programa internacional de conservação da espécie que abrange todos os países onde ela ocorre.


Espécie pode ser extinta em algumas regiões da Mata Atlântica em 80 anos Foto: Getty ImagesEspécie pode ser extinta em algumas regiões da Mata Atlântica em 80 anos Foto: Getty Images
Espécie pode ser extinta em algumas regiões da Mata Atlântica em 80 anos
Foto: Getty Images
A intenção é elaborar uma estratégia de ação em conjunto com pesquisadores para envolver toda a sociedade num programa de proteção da espécie. Não é possível estimar a quantidade de indivíduos de onça-pintada no país, segundo o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap). O tamanho da Amazônia e da população do Pantanal dificultam o trabalho. Na Mata Atlântica e na Caatinga, a espécie está criticamente ameaçada. Há uma população muito pequena do animal e a necessidade de ações urgentes para conservação.
Se não forem tomadas medidas imediatas, em 80 anos, a espécie deve estar extinta em algumas regiões da Mata Atlântica, alerta o chefe do Cenap, Ronaldo Morato. Para evitar que isso ocorra, há diferentes ações e grupos voltados à preservação da onça-pintada no Brasil. A identificação de áreas prioritárias para conservação do animal é uma das ações iniciais. O Plano de Ação Nacional para a Conservação da Onça-Pintada inclui 25 áreas de conservação. Apesar do trabalho, "a espécie continua na categoria ameaçada de extinção. Ainda não conseguimos modificar esse status", lamenta Morato. Proteger a espécie e diminuir os impactos sobre ela é um dos objetivos do Cenap, órgão vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Segundo especialistas, um dos principais desafios da preservação da espécie é a perda de território e o comprometimento do habitat natural da onça-pintada, já que muitas das áreas foram afetadas pelo desmatamento. A transformação do ambiente natural da espécie em atividades agropecuárias ou pastagens nativas é crítica para o animal.
A caça predatória também se configura como um desafio a ser superado. Fatores econômicos e culturais envolvem a perseguição à onça-pintada, já que, entre os peões, a caça ao animal é vista como um ato de bravura. A educação ambiental sobre a importância da espécie torna-se um aliado do trabalho de preservação. A intenção é atingir as comunidades próximas de onde o animal ocorre. Em locais onde há criação de gado, o animal entra em conflito com produtores rurais.
"A onça acaba matando o gado para se alimentar. Muitas vezes esse conflito termina na morte do animal", alerta. A falta de informação torna a relação com o animal conflituosa, daí a necessidade de um trabalho ambiental que mostre a importância de mantê-lo: "É um animal que ao mesmo tempo é adorado como um deus e odiado como um diabo. As pessoas têm medo, acham que ele pode atacar." Um trabalho muito forte nesse sentido é feito pela ONG Escola da Amazônia, que trabalha para promover a relação entre homem e onças.
Equilíbrio dos ecossistemas
Os grandes predadores, no caso dos felinos, desempenham um papel ecológico considerado fundamental no equilíbrio dos ecossistemas. Eles são os chamados "topo de cadeia alimentar", agem como "reguladores". Esses animais atuam na regulação do tamanho populacional de outras espécies. Por isso, a ameaça de extinção da onça-pintada pode contribuir para um crescimento desenfreado da população de outros animais, como veados e porcos-do-mato por exemplo.
Em algumas regiões, são observados casos típicos de explosões da população de capivara e de doenças relacionadas a esse aumento populacional, como febre maculosa, que pode afetar humanos.
Uma alternativa de quem pesquisa o tema é usar a onça como atrativo para turistas, a exemplo do que fazem países na África, onde esta é a principal fonte de renda para diferentes comunidades. "Pregamos que o animal vale mais vivo do que morto", define Ronaldo. Para ele, o turismo de avistamento de animais pode ser implementado no país. No Pantanal, há um projeto piloto de transformação de uma propriedade em ponto de referência para turismo de avistamento de animais. A ideia é expandir para todo o Pantanal e mostrar para os proprietários da região que se pode ter retorno econômico com a presença da onça.
Sobre o animal
A onça-pintada é considerada um símbolo da biodiversidade brasileira. O mamífero exerce fascínio sobre a população desde os tempos pré-colombianos. A cultura dos povos ancestrais esteve vinculada ao animal. Os grande felinos são símbolos onde eles ocorrem. "Os tigres na Índia e na China; os leões na África; os leopardos na África e na Ásia; A onça-pintada, em toda a extensão onde ela ocorre. São animais esteticamente muito bonitos, símbolos de força e beleza", explica Morato.
A onça é o maior carnívoro da América do Sul. Pode medir mais de dois metros e pesar quase 160 quilos. No Brasil, é encontrada principalmente na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Além do Brasil, também está presente em praticamente toda a América do Sul, do norte da Argentina ao sul dos Estados Unidos. Em cada uma das áreas, o animal está ameaçado em algum grau de intensidade. O predador está no topo da cadeia alimentar e é exclusivamente carnívoro. É responsável por importante função ecológica, por regular espécies presas, como capivaras e jacarés. A onça é uma das 627 espécies da fauna ameaçada de extinção, segundo oLivro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção
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Brasil luta para evitar extinção da onça-pintada - Terra Brasil

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11 de mai de 2013 - Ações do governo e de entidades de preservação buscam retirar o maior ... Não é possível estimar a quantidade de indivíduos de onça-pintada no ... Se não forem tomadas medidas imediatas, em 80 anos, a espécie deve  ..

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Animais em Extinção na Floresta Amazônica

São inúmeros animais que apresentam risco de extinção na Floresta Amazônica, o que demostra, essencialmente, os problemas ecológicos que desestabilizam o ecossistema e infelizmente, cresce a cada ano.



LEIA A MATÉRIA, NA ÍNTEGRA

http://www.todamateria.com.br/animais-em-extincao-na-floresta-amazonica/

Atualização das Listas de Espécies Ameaçadas


Nota: atualização das Listas de Espécies Ameaçadas de Extinção

No dia 17 de dezembro de 2014, no auditório do ICMBio, a Ministra Izabella Teixeira assinou as portarias que instituem as novas listas nacionais de espécies ameaçadas de extinção.

Conforme o Programa Pró-Espécies (Portaria nº 43/2014), é atribuição do JBRJ a execução das avaliações do estado de conservação das espécies da flora e do ICMBio aquelas relacionadas à fauna.



Seguem abaixo os links com as portarias:


Portaria nº 443/2014 Flora Ameaçada
pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=18/12/2014&jornal=1&pagina=110&totalArquivos=144

Portaria nº 444/2014 Fauna Ameaçada
pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=121&data=18/12/2014

Portaria nº 445/2014 Peixes e Invertebrados Aquáticos Ameaçados
pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=126&data=18/12/2014




Conforme determinado pelas portarias, para efeito de compreensão dos critérios e de transparência ao processo, as informações sobre os critérios utilizados e as avaliações técnico-científicas do estado de conservação das espécies constantes das Listas estão disponíveis nos links abaixo:



Flora:

CNCFLORA

http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/listavermelha


Fauna:

ICMBio

http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira/lista-de-especies.html

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Nova lista de espécies ameaçadas no Brasil tem 1.173 tipos de animais

Ministra assinou portarias com listas de plantas e animais ameaçados.
Houve aumento do número de espécies de animais em risco.

Do G1, em São Paulo

Arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus) é uma das espécies que saiu da lista de ameaçadas (Foto: ICMBio/Divulgação)Arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus) é
uma das espécies que saiu da lista de ameaçadas
(Foto: ICMBio/Divulgação)

A ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira assinou nesta quarta-feira (17) as portarias que definem as novas Listas Nacionais de Espécies da Fauna e da Flora Brasileia Ameaçadas de Extinção.
O levantamento mostra um aumento na quantidade de espécies da fauna ameaçadas. Atualmente, há 1.173 espécies de animais nessa situação, divididos em três categorias: criticamente em perigo (CR), em perigo (EN) e vulnerável (VU).
Na lista anterior, realizada em 2003 e 2004, havia 627 espécies ameaçadas. Naquela ocasião, foram avaliadas 1.137 espécies. Já a lista atual foi mais abrangente: avaliou 12.256.
Apesar do aumento do número de espécies na lista de ameaçadas, houve 170 espécies que deixaram de ter esse status. É o caso da baleia-jubarte e da arara-azul-grande.
Houve ainda três espécies que eram consideradas extintas que voltaram a ser encontradas por especialistas: a libélula Fluminagrion taxaense, a formiga Simopelta minina, e o minhocuçu Rhinodrilus sasner.
Exemplar de baleia-jubarte registrado no litoral do Brasil; governo retirou espécie da lista de ameaçados de extinção (Foto: Reprodução/Facebook/Instituto Baleia Jubarte)Exemplar de baleia-jubarte registrado no litoral do Brasil; governo retirou espécie da lista de ameaçados de extinção (Foto: Reprodução/Facebook/Instituto Baleia Jubarte)
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http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/12/nova-lista-de-especies-ameacadas-no-brasil-tem-1173-tipos-de-plantas-e-animais.html

sábado, 14 de fevereiro de 2015

ARARA-AZUL-DE-LEAR

A arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) é uma espécie ameaçada de extinção que ocorre exclusivamente na caatinga baiana, na região conhecida como Raso da Catarina. O tráfico de animais silvestres e a destruição do habitat são os principais fatores de ameaça à espécie. Para tentar reverter esta situação, foi elaborado o Plano de Ação Nacional para a Conservação da Arara-Azul-de-Lear: Anodorhynchus leari, que contempla várias ações de conservação, pesquisa, proteção e educação ambiental.
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O CEMAVE realiza o monitoramento populacional da espécie desde 2001, contando com a parceria de diversas instituições e pessoas. Este monitoramento é realizado através de censos simultâneos nos dois principais dormitórios conhecidos utilizados pelas araras, utilizando-se método padronizado. A espécie vem se recuperando nos últimos anos, graças às ações do seu programa de conservação.
 A ESPÉCIE
A arara-azul-de-lear foi descrita em 1856, porém sua área de ocorrência permaneceu desconhecida por mais de um século. Só em 1978, a espécie foi localizada no nordeste do estado da Bahia, ao sul do Raso da Catarina. Sua distribuição geográfica abrange os municípios de Jeremoabo e Canudos, onde as araras pernoitam e utilizam as cavidades existentes nos paredões de arenito conhecidos como Toca Velha e Serra Branca para se reproduzir. As aves saem da sua área de repouso, ao amanhecer partindo para as áreas de alimentação distribuídas nos municípios de Paulo Afonso, Santa Brígida, Euclides da Cunha, Monte Santo, Sento Sé e Campo Formoso. Estes deslocamentos podem implicar em mais de 60 km para os animais chegarem ao alimento. No final da tarde, podem ser vistos bandos chegando de diversas direções, vocalizando e sobrevoando o paredão até acomodarem-se nele para dormir.
Alimenta-se basicamente de cocos da palmeira licuri (Syagrus coronata), podendo consumir em torno de 300 cocos num só dia. Enquanto um grupo se alimenta, ao menos um indivíduo permanece pousado em galhos mais altos de árvores grandes, revezando-se com outras araras nesta função de vigilância. Também faz uso de outros itens alimentares, como a baraúna, o umbu, a mucunã, o fruto de cactos como o mandacaru e o facheiro, além do milho.
 CEMAVE

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015



Morte de rinoceronte branco em San Diego deixa espécie mais perto da extinção

Mary Wisniewski
Em San Diego, Califórnia



  • © Petr Josek Snr / Reuters
Um dos seis únicos rinocerontes-brancos-do-norte do mundo morreu no final de semana em um zoológico de San Diego, nos Estados Unidos, deixando a espécie mais próxima da extinção, declararam autoridades do zoológico nesta segunda-feira.
Angalifu, que tinha cerca de 44 anos e estava sendo tratado de problemas relacionados à idade, morreu no domingo, de acordo com o Zoo Safari Park de San Diego.
Os únicos outros rinocerontes-brancos-do-norte sobreviventes conhecidos são uma fêmea idosa vivendo no mesmo local, outro em um zoológico na República Tcheca e três na África, informou o zoológico da Califórnia.
"A morte de Angalifu é uma perda tremenda para todos nós", disse Randy Rieches, curador dos mamíferos do zoológico. "Não somente porque ele era muito querido aqui, mas também porque sua morte deixa esta espécie maravilhosa um passo mais perto da extinção".
Os rinocerontes-brancos-do-norte quase foram eliminados por causa da caça na África, declarou o zoológico, e Rieches disse que nenhum dos sobreviventes está em condições de reproduzir.
Na natureza, os rinocerontes são mortos por seus chifres, que alguns povos acreditam ter propriedades medicinais.
Rieches afirmou que só existem cerca de 30 mil rinocerontes de todos os tipos ainda vivos, e que a cada oito horas um é morto por caçadores.
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Mico-leão-dourado resiste à extinção10 fotos

7 / 10
22.set.2014 - Mico-leão-dourado foi fotografado em Silva Jardim, no Rio de Janeiro, na reserva ambiental da Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD), criada para unir esforços que permitam a manutenção da espécie em seu habitat natural: a Mata Atlântica. A imagem foi tirada na última quinta-feira (18) e divulgada nesta segunda-feira (22). A reserva foi criada há quatro décadas para ajudar a evitar o desaparecimento completo de uma das espécies de primata mais ameaçada do mundo Marcelo Sayão/ EFE


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domingo, 8 de fevereiro de 2015

Conheça o mamífero mais traficado do mundo

Firdia Lisnawati/AP
  • Pangolim carrega o bebê na cauda no zoológico de Bali, na Indonésia Pangolim carrega o bebê na cauda no zoológico de Bali, na Indonésia
O gentil e solitário pangolim tem uma língua maior que seu próprio corpo e se enrola todo, parecendo uma bola, quando ameaçado. Mas sua maior ameaça atualmente é a extinção --ele é o mamífero mais traficado no mundo.

Em frente a um edifício do governo perto da fronteira norte do Vietnã com a China, um jovem ativista chamado Nguyen Van Thai tenta abrir uma frágil caixa de madeira com um facão. Ele tira quatro sacos plásticos e os coloca no chão. De cada um deles, o garoto puxa uma bola escamosa escura, mais ou menos do tamanho e do peso de uma pedra redonda.

Gradativamente --e com muito, muito cuidado--, uma daquelas bolas começa a se desenrolar, revelando dois olhinhos escuros, um focinho longo, uma cauda ainda mais comprida e uma barriga rosada. Trata-se do pangolim.

O animal é o único mamífero totalmente coberto de escamas, que, quando ameaçado por predadores, simplesmente se enrola todo em uma bola para se proteger. Ele come 7 milhões de formigas e cupins em um ano usando a língua viscosa, que chega a ser maior do que seu próprio corpo. Sem nenhum dente na boca, o pangolim armazena pedras em seu estômago que lhe ajudam a moer a comida.

Apesar de ser um bicho notável, poucos já ouviram falar sobre o pangolim. E o motivo é que eles raramente sobrevivem em cativeiro. Apenas seis zoológicos no mundo - e somente um na Europa, em Leipzig, na Alemanha, têm um exemplar dessa espécie. Os pangolins também se distinguem dos outros animais por outra particularidade: eles são os mamíferos mais traficados do mundo.

Extinção

Enquanto a mídia se concentra nas situações dos elefantes e dos rinocerontes, as "celebridades" do mundo animal, cerca de 100 mil pangolins por ano são retirados de seu meio natural e enviados à China e ao Vietnã.
Nesses dois países, a carne dos pangolins é considerada uma iguaria, e as escamas deles são conhecidas por terem propriedades medicinais. Agora já não existem mais pangolins em grandes áreas do Sudeste da Ásia, então o alvo agora tem sido os pangolins da África. Todas as oito espécies do mamífero estão ameaçadas de extinção.

Até o Príncipe William, do Reino Unido, chegou a fazer um alerta recentemente: "O pangolim corre o risco de se tornar extinto antes que muitas pessoas sequer ouçam falar dele." Os quatro pangolins que estavam na caixa aberta por Nguyen Van Thai haviam sido confiscados pelo Departamento de Proteção de Floresta do Vietnã de dois traficantes. Eles haviam sido capturados na madrugada quando tentavam cruzar, de moto, a fronteira com a China pela floresta.

Nguyen, que chefia uma ONG chamada "Salve a vida selvagem do Vietnã", vai levar os pangolins para o centro de resgate que ele gerencia no parque nacional de Cuc Phuong, no sul da cidade de Hanói.

À medida que seguimos rumo ao sul, o jovem ativista nos explica como os pangolins - que eram tão comuns em sua infância - haviam sumido das florestas do Vietnã e agora estão amontoados em barcos ou caminhões de países como Indonésia e Malásia.

Eles vêm aos montes pesando muitas toneladas, mortos ou vivos, frescos e congelados. Os vivos são os que têm mais valor. Antes de vendê-los, os traficantes costumam encher os estômagos dos animais de cascalho ou amido de arroz para aumentar o peso deles.

No centro de resgate, vimos alguns pangolins saírem de suas tocas à noite, e eu comecei a entender por que aqueles que trabalham com esses bichinhos gostam tanto deles. Eles lembram uma alcachofra com pernas. São gentis, criaturas solitárias com uma marcha de rolamento quase cómica. Eles carregam seus filhotes em suas caudas e se enrolam em volta deles para protegê-los. Eles usam essa cauda elástica também para se prenderem aos ramos das árvores ou para alcançar as profundezas dos formigueiros, onde ficam suas presas.

Iguaria

Nguyen diz que as autoridades às vezes conseguem prender os traficantes, mas sempre com base em informações passadas por quadrilhas rivais. Muito pouco ainda é feito, opina ele, para acabar com o comércio ilegal de pangolins na região.
No dia seguinte, ele me levou para Hanói para mostrar o que ele estava querendo dizer. No período de uma hora, visitamos quatro farmácias aleatoriamente no bairro mais movimentado da cidade. Produtos de escama de pangolim eram vendidos como cura para tudo, de câncer à acne, passando por deficiência de leite materno.

Eles pediam US$ 1,5 mil (R$ 4,2 mil) por um quilo do produto. Perguntamos por que era tão caro, e uma mulher respondeu sem nenhum pudor: "Porque eles são raros e ilegais". Com a mesma facilidade, encontramos restaurantes vendendo pangolins para comer por US$ 250 o quilo (R$ 687). O dono de um dos restaurantes explicou que um animal vivo poderia ser trazido para a nossa mesa, onde a garganta dele seria cortada e o sangue seria servido como um afrodisíaco.

Ele recomendou que pedíssimos a carne refogada e a língua cortada para uma sopa. Em seguida, preparou uma jarra de vinho de arroz com um pequeno pangolim morto dentro. Total da conta: US$ 200 (R$ 549). Foi uma visão repulsiva.

O problema, reclamou Nguyen, não eram os pobres e analfabetos vietnamitas, e sim a elite mais rica do país - os oficiais do governo e os ricos que pediam pangolim apenas para mostrar status ou celebrar o fechamento de um bom negócio.

"Noventa milhões de vietnamitas não podem mais ver pangolins em seu próprio país porque uns poucos ricos do governo ou empresários querem comê-los", disse ele, irritado. "Isso é nojento".

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